Autor do texto Luciano Pinheiro de Almeida, professor, sindicalista e vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de Luís Gomes/RN.
Projetos que mudam nomes de espaços públicos em Luís Gomes, que foram denominados ilegalmente pela Câmara Municipal e sancionados pelo Chefe do Executivo, em momentos diferentes, contrariando especialmente a Lei Orgânica do Município de Luís Gomes, deverão ser discutidos e votados na Reunião da Câmara neste dia 15 de setembro.
Os Projetos de Lei n. 002 e 003/2011 (de autoria do vereador Luciano Pinheiro), apresentados em 18 de agosto último, propõem alteração nos nomes do Colégio Municipal e no Cine Clube. O 002/2011 muda a Lei N° 116/2004, de 17 de novembro de 2004, passando para Colégio Municipal Adolfo Paulino de Figueiredo o nome do Colégio Municipal Padre Osvaldo. O 003/2011 entra na Lei N° 221/2010, de 01 de Julho de 2010, e altera a denominação do Cine Clube de Francisco Vieira da Silva (Tintim) para Gilberto Figueiredo e Silva.
Em ambas as situações o propósito é corrigir os erros cometidos pela Câmara Municipal que, associado ao Poder Executivo, por ignorância e falta de respeito à Lei Municipal, clara ação de ilegalidade, homenagearam na hora errada cidadãos luisgomenses.
Mesmo reconhecendo o importante trabalho de cada um deles no nosso meio, cada um a seu modo, não se pode ignorar a Lei Orgânica que diz não poder ser homenageada pessoas que estão ainda vivas:
“Art. 195. O Município não pode dar nome de pessoas vivas a bens e serviços públicos de qualquer natureza.
Parágrafo Único. Para os fins deste artigo, somente após um ano do falecimento pode ser homenageada qualquer pessoa, salvo personalidades marcantes que tenham desempenhado altas funções na vida administrativa do Município, do Estado e do País”.
Por essa razão, tão somente por isso, para corrigir o erro do passado, ouvindo a história de Luís Gomes, não vejo outros nomes à altura para substituir o de Padre Raimundo Osvaldo do que o de seu grande amigo Adolfo Paulino de Figueiredo e o de Gilberto Figueiredo e Silva para o lugar de Francisco Vieira da Silva (Tintim).
O município de Luís Gomes é conhecedor da importância do trabalho realizado por mais de quatro décadas pelo Padre Raimundo Osvaldo Rocha no meio religioso e social. Sua atuação é reconhecida não só em Luís Gomes, mas em toda região próxima. Sua preocupação com a Educação é, de fato, digna de agradecimentos e elogios dos mais acalorados. No que toca ao Colégio Municipal, que recebe hoje o seu nome, foi ele o idealizador dessa que é sem dúvida uma das mais importantes casas da educação deste município e região.
Quanto ao senhor Francisco Vieira da Silva (Tintim) reconheço nele o caráter, o amigo, as marcas de um cidadão digno. Não se sabe de coisa alguma que desabone a sua conduta. Fotógrafo luisgomense dos melhores. Registrou a vida de muitas das nossas famílias e do cotidiano da nossa cidade mais do qualquer outro. Fez arte quando registrou através da fotografia momentos importantes da nossa história política, religiosa e social.
Conheça um pouco sobre a vida de Adolfo Paulino e Gilberto Figueiredo:
Adolfo Paulino de Figueiredo, filho de Décio de Sá Figueiredo e da memorável Ester Fernandes Figueiredo. Adolfo nasceu nesta cidade, às 10 horas da noite, do dia 18 de maio de 1918. Nosso primeiro historiador oficial. Apresentou com precisão muitos momentos da história luisgomense como testemunha ocular e como bom investigador. Um autodidata, um homem múltiplo, uma figura ímpar, um ser humano probo, uma figura à frente do seu tempo. Cursou apenas o primário na Escola Estadual Coronel Fernandes nos anos de 1928 a 1931.
Casou com a senhorita Helena Fernandes Figueiredo, em 25 de dezembro de 1938. Deixou os filhos: Maria Luiza Figueiredo Nunes e José Adolfo Fernandes. Católico fervoroso, Adolfo sempre esteve envolvido nos movimentos religiosos. Foi funcionário público, a partir de 15 de agosto de 1936, da Agência Municipal de Estatística.
Na fase inicial da fundação do Colégio Comercial foi de grande importância o envolvimento de Adolfo Paulino de Figueiredo que foi mestre de Civilidade, uma das seis matérias da grade curricular montada para esse período experimental. Adolfo escreveu num de seus textos: “Pela quantidade de alunos presentes nos dias de avaliação, devia ter no seu quadro discente uma média de 35 jovens”. Encerrando o primeiro semestre letivo, em 26 de junho, Adolfo deixou registrado, citando o Pe. Pedro Finkler, autor do livro ‘Psicologia, Educação e Cultura’: “Para haver realmente boa educação é necessário que haja educador competente. Não se improvisa educadores, acentua aquele ilustre sacerdote. E eu, como sabeis, sou um professor improvisado”.
Publicou cinco livros: “História de Luís Gomes” (1940); “Calendário Luisgomenses de Datas Históricas” (1951), “Padre João Maria: O Santo de Natal” (1980-versos), “Gaudêncio Torquato: Um Patriarca do Alto Oeste” (1981) e “Luís Gomes Minha Terra: Reminiscências” (1991-Poesia). Escreveu ainda diversos artigos para jornais e revistas. Deixou inúmeras informações inéditas sobre a história política-social-religiosa do município de Luís Gomes, um tesouro ainda desconhecido para a maioria e que um dia deverão ser publicadas pela família.
Prefeito interino, nomeado em 11 de janeiro de 1946 pelo Interventor Federal Desembargador Miguel Seabra Fagundes e empossado no cargo pelo Juiz Distrital Gaudêncio Torquato do Rego em 16 de janeiro. Ficou a frente do executivo somente até o dia 30 desse mesmo mês e ano. Apoiado por Chico Fontes, Adolfo venceu as eleições municipais que disputou com Dr. Licurgo Nunes. Assumindo a prefeitura no ano de 1953 renunciou antes do fim do mandato, também por não aceitar se corromper, por não compactuar com vontades escusas de gente próxima, de correligionários. Oficialmente Adolfo alegou em documento enviado a Câmara, em 09 de janeiro de 1957, marcando o dia 27 de mesmo mês para a renúncia, que sua saída era motivada, entre outros, por problemas de saúde e pela necessidade de reassumir as funções de Agente de Estatística.
Em 1971 fixou residência em Natal e lá faleceu em 16 de março de 2003. Seus restos mortais estão sepultados na cidade que o viu nascer e que ele tanto amou.
Gilberto Figueiredo e Silva, filho de Joaquim Pedro da Silva e de Julieta Figueiredo da Silva, era natural de Juazeiro do Norte, estado do Ceará. Faleceu em São Paulo no ano de 1988.
Foi proprietário de um Cinema que era instalado na Casa Paroquial desta cidade. Funcionava duas vezes por semana. A Prefeitura entendia que era importante e ajudava o empreendimento custeando a energia elétrica.
Foi casado com Maria da Salete, filha de Camilo Soares de Oliveira e de Melânia de Souza.
Foi de Gilberto a iniciativa de fazer chegar a Luís Gomes a primeira televisão. O aparelho era objeto de luxo e desconhecido dos luisgomenses, exceto de um ou outro que já tinha visto em cidades da região.
Especialmente adquirida para assistir a Copa do Mundo, ano em que o Brasil foi tricampeão mundial de futebol, depois de vencer a Itália por 4 a 1, em 21 de junho de 1970, no México, à televisão fez um sucesso estrondoso, mexeu com o cotidiano, mudou a rotina do povo da Serra. Ficou instalada no Salão Paroquial, onde o seu proprietário já mantinha o cinema.
Pelo seu envolvimento com a cultura de entretenimento no nosso município é que considero justa a homenagem.
Os Projetos de Lei n. 002 e 003/2011 (de autoria do vereador Luciano Pinheiro), apresentados em 18 de agosto último, propõem alteração nos nomes do Colégio Municipal e no Cine Clube. O 002/2011 muda a Lei N° 116/2004, de 17 de novembro de 2004, passando para Colégio Municipal Adolfo Paulino de Figueiredo o nome do Colégio Municipal Padre Osvaldo. O 003/2011 entra na Lei N° 221/2010, de 01 de Julho de 2010, e altera a denominação do Cine Clube de Francisco Vieira da Silva (Tintim) para Gilberto Figueiredo e Silva.
Em ambas as situações o propósito é corrigir os erros cometidos pela Câmara Municipal que, associado ao Poder Executivo, por ignorância e falta de respeito à Lei Municipal, clara ação de ilegalidade, homenagearam na hora errada cidadãos luisgomenses.
Mesmo reconhecendo o importante trabalho de cada um deles no nosso meio, cada um a seu modo, não se pode ignorar a Lei Orgânica que diz não poder ser homenageada pessoas que estão ainda vivas:
“Art. 195. O Município não pode dar nome de pessoas vivas a bens e serviços públicos de qualquer natureza.
Parágrafo Único. Para os fins deste artigo, somente após um ano do falecimento pode ser homenageada qualquer pessoa, salvo personalidades marcantes que tenham desempenhado altas funções na vida administrativa do Município, do Estado e do País”.
Por essa razão, tão somente por isso, para corrigir o erro do passado, ouvindo a história de Luís Gomes, não vejo outros nomes à altura para substituir o de Padre Raimundo Osvaldo do que o de seu grande amigo Adolfo Paulino de Figueiredo e o de Gilberto Figueiredo e Silva para o lugar de Francisco Vieira da Silva (Tintim).
O município de Luís Gomes é conhecedor da importância do trabalho realizado por mais de quatro décadas pelo Padre Raimundo Osvaldo Rocha no meio religioso e social. Sua atuação é reconhecida não só em Luís Gomes, mas em toda região próxima. Sua preocupação com a Educação é, de fato, digna de agradecimentos e elogios dos mais acalorados. No que toca ao Colégio Municipal, que recebe hoje o seu nome, foi ele o idealizador dessa que é sem dúvida uma das mais importantes casas da educação deste município e região.
Quanto ao senhor Francisco Vieira da Silva (Tintim) reconheço nele o caráter, o amigo, as marcas de um cidadão digno. Não se sabe de coisa alguma que desabone a sua conduta. Fotógrafo luisgomense dos melhores. Registrou a vida de muitas das nossas famílias e do cotidiano da nossa cidade mais do qualquer outro. Fez arte quando registrou através da fotografia momentos importantes da nossa história política, religiosa e social.
Conheça um pouco sobre a vida de Adolfo Paulino e Gilberto Figueiredo:
Adolfo Paulino de Figueiredo, filho de Décio de Sá Figueiredo e da memorável Ester Fernandes Figueiredo. Adolfo nasceu nesta cidade, às 10 horas da noite, do dia 18 de maio de 1918. Nosso primeiro historiador oficial. Apresentou com precisão muitos momentos da história luisgomense como testemunha ocular e como bom investigador. Um autodidata, um homem múltiplo, uma figura ímpar, um ser humano probo, uma figura à frente do seu tempo. Cursou apenas o primário na Escola Estadual Coronel Fernandes nos anos de 1928 a 1931.
Casou com a senhorita Helena Fernandes Figueiredo, em 25 de dezembro de 1938. Deixou os filhos: Maria Luiza Figueiredo Nunes e José Adolfo Fernandes. Católico fervoroso, Adolfo sempre esteve envolvido nos movimentos religiosos. Foi funcionário público, a partir de 15 de agosto de 1936, da Agência Municipal de Estatística.
Na fase inicial da fundação do Colégio Comercial foi de grande importância o envolvimento de Adolfo Paulino de Figueiredo que foi mestre de Civilidade, uma das seis matérias da grade curricular montada para esse período experimental. Adolfo escreveu num de seus textos: “Pela quantidade de alunos presentes nos dias de avaliação, devia ter no seu quadro discente uma média de 35 jovens”. Encerrando o primeiro semestre letivo, em 26 de junho, Adolfo deixou registrado, citando o Pe. Pedro Finkler, autor do livro ‘Psicologia, Educação e Cultura’: “Para haver realmente boa educação é necessário que haja educador competente. Não se improvisa educadores, acentua aquele ilustre sacerdote. E eu, como sabeis, sou um professor improvisado”.
Publicou cinco livros: “História de Luís Gomes” (1940); “Calendário Luisgomenses de Datas Históricas” (1951), “Padre João Maria: O Santo de Natal” (1980-versos), “Gaudêncio Torquato: Um Patriarca do Alto Oeste” (1981) e “Luís Gomes Minha Terra: Reminiscências” (1991-Poesia). Escreveu ainda diversos artigos para jornais e revistas. Deixou inúmeras informações inéditas sobre a história política-social-religiosa do município de Luís Gomes, um tesouro ainda desconhecido para a maioria e que um dia deverão ser publicadas pela família.
Prefeito interino, nomeado em 11 de janeiro de 1946 pelo Interventor Federal Desembargador Miguel Seabra Fagundes e empossado no cargo pelo Juiz Distrital Gaudêncio Torquato do Rego em 16 de janeiro. Ficou a frente do executivo somente até o dia 30 desse mesmo mês e ano. Apoiado por Chico Fontes, Adolfo venceu as eleições municipais que disputou com Dr. Licurgo Nunes. Assumindo a prefeitura no ano de 1953 renunciou antes do fim do mandato, também por não aceitar se corromper, por não compactuar com vontades escusas de gente próxima, de correligionários. Oficialmente Adolfo alegou em documento enviado a Câmara, em 09 de janeiro de 1957, marcando o dia 27 de mesmo mês para a renúncia, que sua saída era motivada, entre outros, por problemas de saúde e pela necessidade de reassumir as funções de Agente de Estatística.
Em 1971 fixou residência em Natal e lá faleceu em 16 de março de 2003. Seus restos mortais estão sepultados na cidade que o viu nascer e que ele tanto amou.
Gilberto Figueiredo e Silva, filho de Joaquim Pedro da Silva e de Julieta Figueiredo da Silva, era natural de Juazeiro do Norte, estado do Ceará. Faleceu em São Paulo no ano de 1988.
Foi proprietário de um Cinema que era instalado na Casa Paroquial desta cidade. Funcionava duas vezes por semana. A Prefeitura entendia que era importante e ajudava o empreendimento custeando a energia elétrica.
Foi casado com Maria da Salete, filha de Camilo Soares de Oliveira e de Melânia de Souza.
Foi de Gilberto a iniciativa de fazer chegar a Luís Gomes a primeira televisão. O aparelho era objeto de luxo e desconhecido dos luisgomenses, exceto de um ou outro que já tinha visto em cidades da região.
Especialmente adquirida para assistir a Copa do Mundo, ano em que o Brasil foi tricampeão mundial de futebol, depois de vencer a Itália por 4 a 1, em 21 de junho de 1970, no México, à televisão fez um sucesso estrondoso, mexeu com o cotidiano, mudou a rotina do povo da Serra. Ficou instalada no Salão Paroquial, onde o seu proprietário já mantinha o cinema.
Pelo seu envolvimento com a cultura de entretenimento no nosso município é que considero justa a homenagem.
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